
Oficina de Dança
A oficina Dança no Brota se insere no universo do adolescente periférico que frequenta escolas com alto índice de evasão estudantil. Nessa oficina, utilizamos uma linguagem que o jovem reconhece como sendo a sua. Essa linguagem é a das Danças Urbanas. A partir dela, tentamos inserir outras para que, coletivamente, possamos questionar territórios e criar espaços de transformação por meio dos aprendizados obtidos na oficina.
Durante as oficinas, vários comentários sobre violência, drogas, preconceito etc. surgiram em diferentes situações. Relatos de violência policial no carnaval no centro da cidade, de amigos e parentes que foram mortos no bairro Granja de Freitas, onde se situa a “Doutor Júlio”. Essa é a realidade desses jovens.
Na oficina, temos um caderno que fica à disposição das/os participantes que podem, a todo momento,
escrever qualquer comentário importante para eles naquele dia.
Os escritos vão desde: achei a aula de hoje um saco, até assuntos como a comida, a escola, o desejo de ter um/a namorado/a, além da expressão de sentimentos e pensamentos que quiserem colocar para fora.
Nesses escritos e conversas, as/os adolescentes falam da dificuldade em trocar gestos de afeto com seus familiares. Quando perguntados em uma
das oficinas se elas/es abraçavam suas mães quando chegavam em casa, a maioria ficou pensativa e houve respostas como: eu? misericórdia! Eu tento abraçar minha mãe, ela me joga na parede, ela não me abraça. O carinho entre mãe e filho faz falta para qualquer adolescente.
A experiência da violência, da carência de necessidades básicas, da falta de afeto atravessa os corpos desses jovens e está presente em suas expressões corporais
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